MEIO AMBIENTE

Embaixador Luiz Alberto Figueiredo defende mais definições


Negociador chefe do Brasil na COP-16, Figueiredo afirmou que é preciso avançar rápido na substituição do protocolo de Kyoto

Maria Fernanda Ziegler, enviada especial a Cancún - 30/11/2010 01:03 IG

Para o embaixador Luiz Alberto Figueiredo, negociador chefe do Brasil na Conferência do Clima (Cop-16), embora não haja um prazo formal para as decisões sobre a substituição do protocolo de Kyoto, é preciso avançar rápido, caso contrário não haverá nenhuma implementação nem neste, nem nos próximos anos. Uma das grandes discussões da COP-16 é saber que o que será feito quando o protocolo sair de vigência, em 2012.

“Estamos aqui, depois de Copenhague, para andar para frente. Muitos vão dizer que os problemas de Copenhague, como a crise econômica, dificuldades políticas, permanecem e que o cenário não mudou. Mesmo assim, acreditados vamos sair de Cancún com um resultado positivo de adotar ações direcionadas”, disse Figueiredo.

O Protocolo de Kyoto, que estipula metas e prazos para a redução das emissões de gases causadores do efeito estufa, vai deixar de valer a partir de 2012. Fato que torna urgente alguma decisão sobre um novo tratado global. De acordo com o embaixador, há duas correntes sobre este assunto. Alguns países defendem que o ideal seria estender as mesmas metas do Protocolo de Kyoto por mais dois anos, enquanto outros acreditam que o melhor seria cruzar os números discutidos no acordo de Copenhague e implementá-lo provisoriamente.

Mesmo com as duas opções, Figueiredo não descarta a possibilidade de o mundo passar por um período sem a vigência de um protocolo que regulamente metas de redução das emissões. “É uma possibilidade real termos um intervalo entre o fim do comprimento do primeiro protocolo de Kyoto e do segundo que ainda está porvir”, disse.

Figueiredo explicou que implementação provisória – medida que permite que a conclusão de uma negociação entre em vigor antes do período de ser ratificada por outras partes - é encarada de maneira diversa entre os países. “Alguns países têm mais dificuldade em aceitar isso do que outros. Não é uma tradição na América Latina, por exemplo, mas é muito comum em países anglo-saxões”.

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